Mesmo sendo berço de diversas relíquias do rap nacional, Niterói (RJ) tinha uma cena esfriada do resto do país, principalmente pela falta de investimento na cultura. Mas alguns projetos e iniciativas culturais, de atitude surgem sempre que o estado é crítico, a Ujima Gang é uma dessas iniciativas.
A Ujima Gang surgiu dessa necessidade, dessa falta de cultura em espaços públicos. O grupo que reúne multiartistas do Rio de Janeiro e de SP teve início em 2016, todos com a vontade de enaltecer sua cultura, além de leva-la a todos os cantos da cidade. Ujima significa “trabalho coletivo e responsabilidade” em Suaíli e é um dos sete princípios do Kwanzaa, celebração cultural afro-americana.
Deles vem o Baile da UG, já uma referência na cidade, tendo início e sendo como principal palco a Praça da Cantareira, ponto de encontro da juventude de Niterói (RJ). Levando música negra e tudo que é proporcionado pela mesma, para o centro da cidade, para enraizar de vez essa iniciativa.
O coletivo em ascensão foi convidado a apresentar o trabalho em outros espaços culturais de Niterói, como MACquinho, Teatro Popular Oscar Niemeyer e Centro de Artes UFF, eventos em parceria com Bombando Brinque, Roda Cultural da Cantareira, e outros. Fora as apresentações em festivais Interculturalidades, como o RedBull BreakTime Sessions.
O coletivo lançou seu primeiro single na última segunda-feira, dia 20 de agosto de 2018, o som intitulado “U.G” foi muito compartilhado nas redes sócias, o que mostra a força do grupo. O som mostra um pouco da vivencia dos artista, com uma identidade atual, onde é apresentado o movimento e a estética do grupo.
No single, o qual teve toda uma produção audiovisual conta com a participação de diversos integrantes, rimam os rappers Samaloz, Alceu e Joca no beat de Drei. Com imagens de Walla, Sol Crespo e Baraúna inseridos no clipe e como capa. A gravação foi feita no estúdio O Quarto e a produção ficou por conta de Reurbana.
A capa do Som é uma referência a capa do disco “ou panis et circencis”, um clássico da Tropicália. Relembrado do passado, e da importância do movimento artístico que lutou contra a ditadura, a obra foi captada nas lentes de João Pedro Baraúna.